domingo, 31 de julho de 2011

Reflectir

"(...) a reflexão conduzir-nos-à lentamente à sabedoria. Podemos acabar por perceber que estamos a cair uma e outra vez em padrões fixos e repetitivos, e começar a pretender libertar-nos deles. Claro que é possível voltarmos ao mesmo, mas, lentamente, conseguiremos emergir desses padrões e modificar-nos."

Sogyal Rinpoche, O Livro Tibetano da Vida e da Morte

Haja vontade para continuar a tentar. Haja vontade para que, em cada momento em que sentimos a derrota de voltar ao mesmo, possamos ter força para prosseguir sem baixar os braços.

Antes pensava que era tudo complicado. Tudo era imperceptível, incluindo a minha voz interior. Reflectindo, e com muita paciência comigo, alguma névoa começou a desvanecer, e agora tudo me parece mais simples. Longe vai a meta, a diferença é que já não me canso tanto no caminho!

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Castelos no ar

"Lá estás tu a sonhar acordado! Deixa isso para o inconsciente!" Ri-me. No fundo e teoricamente ela tinha razão. Mas eu estava apaixonado e isso deixava-me assim, a sonhar acordado. Será que estar apaixonado é então estar inconsciente no consciente? Ri-me a pensar nisto e a imaginar o Freud a ficar danado.

Gostava destes momentos, ela tinha sempre algo a dizer que parecia simples e que afinal era dotado de uma grande profundidade. Eu admirava isso nela, e é isso que me faz falta. É engraçado pensarmos que a vida estagna. Fazemos o mesmo durante muito tempo e achamos que a vida se mantém igual. Quando damos conta e comparamos com há um ano atrás vemos o quanto caminhamos. É um bom exercício. Como eram há um ano atrás? O que mudou? Em mim mudou tudo. Há uma nova perspectiva e o auto-conhecimento atingiu outros níveis. Níveis esses que eu espero que mudem todos os anos, até ao último. Sonhando acordado.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Hábitos



"Podemos idealizar a liberdade... Mas, no que toca aos hábitos, estamos totalmente escravizados".


Sogyal Rinpoche, O Livro Tibetano da Vida e da Morte.



Imagem retirada de http://www.portalis.co.pt/oficinas-de-verao/

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Oh, l'amour!



O amor começa por ser a base no início de um relacionamento que se quer equilibrado. No continuar do caminho, o amor tem de ser regado, transformado, incentivado e construído.

Regado porque deve ser nutrido, para que cresça em harmonia, cada vez mais forte. Deve ser transformado porque a relação é diferente em cada momento, e o seu amor deve ser fléxivel para acompanhar a mudança. Incentivado por ambos, para que continue a crescer saudavelmente e de forma equilibrada. Construído, porque nem tudo é merecido e um grande amor dá trabalho. É necessário aprender a fazer cedências, não ligar a pormenores e cultivar o entendimento através de boas linhas de comunicação.

O amor deve ser forte, fléxivel, saudável, equilibrado e trabalhado. Aprende-se a custo e dura uma vida inteira. Aliás, até podemos levar a vida toda sem aprender muito bem a lição!

Imagem retirada de: http://autorretrato-sam.blogspot.com

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Problema e solução



Cada vez mais acredito nesta frase. Se um dia disse que nós somos o problema, acrescento hoje que nós somos igualmente a solução. Está tudo dentro de nós.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Vazio



O vazio é criado pelo medo. Porque dentro de nós a alma pesa sempre o mesmo. A angustia é nos esvazia. E o medo. E a solidão, que não é mais do que o medo de estar só.

E pedir?

A máscara do orgulho não permite pedir ajuda. Mas, e quando a máscara cái e, envoltos na fragilidade de não haver defesa possível, pedimos ajuda e ela nos é negada? Se em resposta a isto fecharmos novamente, creio que esse fecho será muito mais voraz que o anterior. As paredes que se erguem serão mais altas do que as anteriores. Caso estejamos bem connosco, vamos saber reagir a essa ausência de resposta e iremos pacificamente procurar a resposta em nós. Sem dor e sem represálias para com o outro.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Dias de tempestade

Às vezes pensamos ser verão, e de repente surgem uns trovões. O barulho assusta-nos e a claridade cega a vista. Enquanto o barulho nos tolda os sentidos, a claridade que surge mostra a tempestade em todo o horizonte. Por breves segundos conseguimos ver a dimensão das coisas. E não queremos ver. Porque dói ver a tempestade em toda a sua dimensão. Melhor é acender a luz dentro de nós e pacificamente afastar o escuro e os clarões que nos assustam. Existe esperança, porque o Sol aparece sempre no dia seguinte. E nós somos aquilo que precisamos.

Imagem retirada de http://thesecond10k.tumblr.com

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Corpo, matéria e espírito

"We have different degrees of happiness and different kinds of suffering. Material objects give rise to physical happiness, while spiritual development gives rise to mental happiness. Since we experience both physical and mental happiness, we need both material and spiritual development. This is why, for our own good and that of society we need to balance material progress with inner development." - Dalai Lama

O equilíbrio entre a vida material e espiritual. Acrescento: tomar atenção ao corpo. Oiço muitas modas: ser vegetariano só porque o outro é; fazer exercício em excesso porque dizem que é isso que faz bem... Eu acredito que o que me faz bem é fazer aquilo que o meu corpo me pede. Se ele gosta e pede carne, eu dou; se ele pede e gosta de alface, eu dou; se ele pede para descansar, eu faço por isso. Tudo com equilíbrio, porque o próprio corpo, apesar de na maior parte das vezes ser mais sábio que a mente, também se engana e pode pedir mal. Ou nós podemos compreender mal, também acontece muito. É preciso apurar o ouvido interno e saber o que é que ele quer.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Saúdes

“O homem ocidental gasta a sua saúde para ganhar dinheiro, para depois gastar esse dinheiro para recuperar a saúde perdida.” - Dalai Lama

Vi esta frase e li-a alto. Alguém criticou, dizendo que temos uma esperança média de vida superior aos tibetanos. Eu penso que preferia viver menos e melhor, do que mais e pior. De que me interessaria viver até aos 80 anos numa profunda tristeza e sem tempo?

Acordar



E ver o azul.

Imagem retirada de http://thesecond10k.tumblr.com

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Simplicidade

"Na vida moderna, a chave para um equilíbrio feliz é a simplicidade"

Sogyal Rinpoche, O Livro Tibetano da Vida e da Morte.

E, apelando à simplicidade, não acrescento nem uma vírgula a esta frase.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Fugas

Como dá vontade de fugir, às vezes ou quase sempre! Navegar, precisa-se.




Ilha Maurícia, google images

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Ser & Ter

"Talvez a razão mais profunda para termos tanto medo da morte resida no facto de não sabermos quem somos. Acreditamos numa identidade pessoal, única e separada, mas, se tivermos coragem para a examinar, descobriremos que essa identidade depende inteiramente de uma infindável colecção de coisas que a suportam: o nosso nome, a nossa «biografia», a nossa família, a casa, o trabalho, os amigos, os cartões de crédito... É nesse apoio frágil e transitório que confiamos, para nossa segurança. Então, quando nos levam tudo isto, faremos alguma ideia de quem na verdade somos?"

Sogyal Rinpoche, O Livro Tibetano da Vida e da Morte

O grande desafio é sermos o que realmente somos, na nossa essência, ao invés de sermos aquilo que temos.

Evolução?

Antigamente éramos escravos dos donos da terra. Hoje, apesar de no mundo ocidental experimentarmos uma liberdade de expressão sem precedentes - apesar de ainda coxa - somos escravos do relógio.

Há uma hora para tudo. E começa desde que nascemos: alimentação de 3 em 3 horas. A partir daí cria-se toda uma agenda: a hora para o banho, a hora para comer, a hora do infantário, a hora de deitar, a hora de acordar... Na infância aparece a hora do inglês ou das aulas de ballet. Na adolescência aumentam os horários das aulas. E então na idade adulta, quando finalmente temos autonomia, ao invés de inverter a importância dos ponteiros do relógio, continuamos subjugados por ele, pois foi assim que crescemos e é assim que vive a nossa sociedade. Estamos presos nas rotinas do relógio e sempre que ele toca podemos fugir de nós porque temos algo para fazer.

E aqui reside o problema dos homens: somos bichos de hábitos. Sair da rotina, do normal, fazer algo diferente, aceitar mudanças - é do mais difícil que há, apesar de parecer fácil. Quando nos cruzamos connosco, ao longo da vida, vamos encontrando estes hábitos. A maior parte deles são tão naturais que acabam por nos definir, seja o roer as unhas ou ter a obsessão de contar escadas. O tempo tem muita culpa nos nossos hábitos, até porque ter relógio em 3 sítios é normal: neste momento tenho um relógio no pulso, no telemóvel e no computador. Como podemos dizer que não somos escravos do relógio? Como dizia o outro: estamos prisioneiros do tempo e o relógio é o nosso polícia.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Eureka...

Noticia de ultima hora: nós não temos problemas, nós somos o problema! Porque somos nós que temos dificuldades em lidar com os ataques que vêm de fora e com a luta que permanece dentro de nós. Em todos os momentos, bons e maus, há um elemento em comum na nossa vida: nós. E é a nossa atitude que faz a gestão daquilo que vem. Podemos lidar melhor ou pior com as reacções dos outros, ou com as nossas próprias reacções.

Agora, aprender a lidar melhor com tudo o que vem, numa atitude de paz, amor, compaixão e tranqulidade... Isso aprenderemos todos os dias até ao cair das cortinas, até ao último aplauso, até à expiração final.

O que é a raiva?



Dizem que a raiva é uma grande irritação. Dizem também que pode ser mobilizadora, quando a energia que vem dela é bem aproveitada. Se eu berrar bem alto, poderão os cientistas aproveitar os décibeis para fazer electricidade?


Há uma raiva má. A que fica dentro de nós. Há quem a chame de raiva branca. A outra seria a raiva vermelha, a que faz avançar. Eu prefiro deitar cá para fora, gritar, berrar, puxar os cabelos. Depois abrem-se os portões de uma serenidade falsa, que não é mais do que estar esgotado, esvaziado. Então, será que existem mesmo coisas boas na raiva? E porque é que ela existe...? Se o medo vem da necessidade primitiva de sobrevivência, de onde vem a raiva?

Gatos sem dores nas cruzes



Cá para mim os gatos não têm dores de costas. Não têm dores nas cervicais, nas lombares, nas cruzes... Será que é porque dormem muito? Ou porque se espreguiçam bastantes vezes? Eu acho que é porque são gatos, e os gatos apenas são... gatos! Não se preocupam com o amanhã nem com o que dizem dele. Não querem saber se chove ou se faz sol... (embora acredite que prefiram o sol...).


Google images

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Vida


Por detrás da máquina estamos fora da paisagem, não interagimos, apenas estamos. Estar atrás da máquina é não existir e viver é estar do lado de lá da lente, no palco.


Imagem retirada de http://thesecond10k.tumblr.com

Morte

"A morte é um vasto mistério, mas há duas coisas que podemos dizer a seu respeito: é absolutamente certo que morreremos e é incerto quando ou como isso acontecerá. Então, a única certeza que possuímos é essa incerteza a respeito da hora da nossa morte... e que aproveitamos como desculpa para adiarmos a decisão de a enfrentar directamente. Somos todos como crianças que tapam os olhos num jogo de escondidase pensam que ninguém as pode ver"

Sogyal Rinpoche, O Livro Tibetano da Vida e da Morte.

Em qualquer momento teremos de lidar com a morte, seja a nossa ou a dos nossos. Ela sempre existiu, sempre soubemos que ela vem. Mas fugimos desses pensamentos. Existem profissões que lidam diariamente com a morte, desde o médico ao senhor da funerária. E os terapeutas? E quando a morte entra pela porta, personificada no sofrimento de um paciente? É preciso aprender muito antes de abrir a porta da terapia aos outros. O trabalho que o terapeuta tem de fazer antes de atender é muito importante... Porque não sabemos o que lá vem.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Altruísmo vs egoísmo

Será o altruísmo uma forma de egoísmo? Em última instância, e de uma forma inconsciente, estaremos nós a fazer bem ao outro para nos sentirmos bem connosco? Ser altruista é focar no bem do outro, ser egoista é focarmo-nos em nós e nos nossos interesses e vontades. Mas, e quando nos sentimos bem porque fazemos bem ao outro?

Após explorar o tema comigo, a minha dúvida mantém-se. Não me parece ser uma questão fácil, principalmente quando remetemos a resposta para o nosso inconsciente. A nossa máscara, aquilo que está presente e consciente dirá: "sou filantropo, preocupo-me com os outros e eles são mais importantes do que eu". Já o inconsciente pensa: "sinto-me bem porque fiz aquilo que se espera de um bom homem".

E a nossa essência, a nossa alma, pensará o quê? São questões sensíveis, dependentes da verdade de cada um. Cada um o sentirá à sua maneira, e todas as maneiras estão correctas... Principalmente poque o certo e o errado não existem...

terça-feira, 5 de julho de 2011

Summer time!


Tempo de refrescar. Receber o Sol. Passar o corpo na água.


Imagem retirada de http://thesecond10k.tumblr.com