"Na história das ciências do homem, um dos factores mais limitativos do conhecimento foi a divisão conceptualmente fixada entre corpo e espírito. Muito antes da divisão do corpo em fatias ou órgãos desafectados, separados uns dos outros, que a Medicina deste século pôs em prática [século XX], já essa dicotomia corpo/espírito funcionava radicalmente, com as restrições e prejuízos que nesta fase se tornaram evidentes, e que vai ser imperioso reparar."
Escrito por Jorge Milheiro no do prefácio à edição portuguesa do livro "Sonho e Psicossomática", editado em Portugal pela Dinalivro em 2001.
Não consigo conceber o ser humano de uma forma de não seja una. Vejo-nos como um "vários-em-um", já não me fico pela dicotomia mente/corpo porque entendo que somos feitos de vários pedaços. A Biossíntese olha para o ser humano como um todo, com tudo o que o compõe (e é muito), mas há uma base tripartida: mente (pensamentos), corpo (acção) e emoções ou sentimentos (embora sejam coisas diferentes, vamos deixá-los aqui juntinhos). É a dança e o equilíbrio energético entre os três, que promovem um fluir que nos permite sentir, pensar e agir de uma forma balanceada e isenta, sem dar importância especial a apenas um deles. A questão é que nem sempre isto é possível porque todos teremos uma tendência. E um primeiro passo fundamental é tomar consciência das nossas tendências e perceber se agimos sem pensar, se nos deixamos levar pelas emoções, se ficamos presos nos nossos pensamentos... Se agimos sem pensar nas relações mas não no trabalho; se a família nos deixa trazer mais o nosso lado emocional ao de cima e não nos permitimos pensar. São 3 áreas de base que contactam também com diferentes áreas da nossa vida. E apesar de poder existir uma tendência genérica, poderão existir diferenças consoante as diferentes áreas da nossa vida.
Conhecermo-nos e perceber onde está o nosso foco, é um passo para melhor compreender o que se passa dentro de nós e como podemos melhorar os nossos movimentos, pensamentos e sentimentos, por forma a conseguir encontrar um equilíbrio. A viagem não é fácil mas pode ser a chave para muitas situações complicadas que vivemos connosco e, subsequentemente, com o outro.