O que Charlie Chaplin nos transmite é a ideia de que, se nos afastarmos durante uma tempo de um local, quando regressamos, o local não nos parecerá o mesmo. É como quando voltamos a visitar a nossa escola primária e pensamos: "ena, é tão pequenina, pensava que era maior!". E era. Nós é que ficámos maiores e com isso mudamos de perspectiva. E a questão da perspectiva é muito engraçada: para já, como podemos ver, não é estática, pois vemos como ela pode mudar. Além do mais é rica e diversificada: cada um tem a sua.
No desenho, a perspectiva é a arte de colocar num desenho as diferentes distâncias entre os objectos retratados. Quando visualizamos o quadro, temos uma ideia de profundidade, vemos mais longe e vemos mais perto. Retratando então a nossa vida, como será ter perspectiva? E como jogamos com esta coisa da mudança de perspectiva?
Conforme crescemos mudamos as nossas perspectivas, seja por motivações físicas, como referi há pouco, seja por motivações sociais, ambientais, familiares, emocionais, and so on... E por vezes cristalizamos em algumas perspectivas. O problema é quando o mundo muda o quadro e, de repente, olhamos para as paisagens que conhecíamos e está tudo fora do sítio. E assim continuará porque estamos a olhar para algo novo com algo velho: a nossa antiga perspectiva não vislumbra este novo quadro. Surgem outros problemas: entristecemos, deprimimos, sentimo-nos insatisfeitos, traídos, mal entendidos... Então, como perspectivar também isto? Como incluir o novo, o velho e nós mesmos?