Vejo a história da minha vida como bagagem. São várias malas que vou carregando. Às vezes pesam mais. Ainda assim, com o passar do tempo vão pesando menos. Estão em carruagens e as rodas que as suportam estão cada vez melhores. Assim vou rolando melhor, sem parar tanto no caminho.
Mas às vezes tenho de parar porque uma mala que eu achava que estava tão bem arrumadinha e tão bem fechadinha, rebenta! E instala-se o caos! Vejo roupa que já não via há anos. Sinto aquilo que devia de ter sentido quando as vesti, e assusto-me. Parece ser demais, tecido que dança à minha volta, que se mistura com as rodas e faz parar o comboio. Peça a peça, tento arrumar a mala. É um processo demorado. Terá de demorar o tempo necessário para que fique tudo arrumado e seja possível voltar a abrir com gentileza a mala, no futuro. Deixar a roupa disponível.
E quando for possível, posso voltar ao caminho ou ir um pouco mais depressa, avançando pelos carris, tendo atenção às pedras e revendo as fechaduras das malas. A manutenção destas malas é coisa importante…
e para voltar a arrumar aquelas malas pesadas tens sempre ajuda, para pegar nelas, para tirar de lá o que não interessa, voltar a arrumar o que fica :)
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ResponderEliminarA altura da minha Vida em que realmente Senti o que é Ser Livre foi quando fui ao Nepal e perderam a minha mala... E sem ter que fazer nada por isso, ela apareceu-me em casa. Só me queixava de quão pesada estava, de como não queria carrega-la pelo Nepal, como era fixe alguém carregar a mala por mim. Pois, foi o que aconteceu. Pedi que me libertassem do peso, e assim foi. A mala não desapareceu, mas eu deixei de ter que a carregar.
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