Desde o fim do mundo, que não ocorreu, que fiquei com a música da Adriana Calcanhoto na cabeça. Aquela, em que diziam que o mundo ia acabar e que não acabou. E que ela fez umas coisas e que não devia de ter feito, porque afinal o mundo não acabou... Enfim, uma novela, não fosse a senhora brasileira, o jeito está no sangue!
Posto isto, e considerando o não-fim-do-mundo, fiquei à espera de ver histórias parecidas nos tablóides do mundo. Alguém apanhado a correr nú, animais a falarem, porcos a andar de bicicleta, vacas a tossir... Enfim, todo o manancial de coisas insólitas que têm um cantinho especial no Correio da Manhã. Mas não. Não vi nada. Nem houve avistamentos de naves alienígenas. Nada. Um deserto de emoções.
Não é que tivesse ficado triste com a ausência de um rollercoster emocional. Fico é a pensar: se o mundo de facto não faz sequer um "bu" para acagaçar a malta, então é mesmo desta que não vamos lá. Entendam que eu não tenho vontadinha nenhuma de ficar cheia de miaúfa com um tufão ou coisa que o valha, mas há muito boa gente que precisava de sentir o toque mais à bruta da impermanência. Da mutação rápida das coisas. Não falo apenas em termos ecológicos (era bom entenderem que os recursos não são inesgotáveis), mas sim, e fundamentalmente, no propósito individual de cada um. Ou seja, no que é que raio é que andamos aqui a fazer. E como é que o raio que aqui andamos a fazer bate naquilo que o outro, ali ao lado, anda a fazer. E assim, qual rede de cruzilhadas, chegamos ao que a Humanidade anda aqui a fazer, entre os seus e com os outros à volta que fazem parte da dita Natureza.
(Engraçado, agora fiz aqui uma ligação de palavras, humanidade = humildade. Este início em "hu" podia ser um prenúncio de algo mais a ser construído entre as duas palavras. Algo mais... humano!)
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