"Eu aprendi a andar, desde então deixei de esperar que me empurrassem
para mudar de sitio" - Nietzsche em Assim falava Zaratustra
Esta frase tem qualquer coisa que me agarra. É a ideia da aprendizagem, fase fulcral mas que ainda nos deixa dependentes. Ainda assim, é o caminho para a independência. Aprender a andar permite-nos ser autónomos. Calcorreamos os caminhos que quisermos e criamos o nosso ser. Somos nós que mudamos de sítio, não somos empurrados pelos outros. Mas isto não é real. Porque existem tantas coisas externas que nos empurram, quer estejamos parados ou a andar. Até existem situações que nos empurram de tal forma que nos desviamos da rota. Cruzam-se pessoas connosco cuja presença nos move. Ouvimos um barulho e paramos, viramos a cara para ver de onde vem. Por isso não, não estamos dependentes só de nós para mudar de sítio. Mas estamos dependentes de nós para criar as bases para que consigamos nos mover dançando entre o que é nosso e o que é do outro. Podemos parar, andar ou correr, mas medimos a nossa velocidade. Fará sentido imaginar um conjunto de caminhos que se intercruzam? Ou será mais idílica a imagem de todos no seu caminho sem ver que afinal a estrada não existe?
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