segunda-feira, 2 de abril de 2012
Dream on, America!
- A América fascina-me - dizia ela, pela voz e pelos olhos, de facto, os olhos brilhavam! - Deve ser dos filmes, - respondi eu! Afinal de contas estamos rodeados pela América, não é verdade?! - Não é nada disso! É claro que as imagens ajudam, mas eu queria sentir, entendes? Sentir a terra, o ambiente, as pessoas! O que sentes com os filmes não é real! - Fiquei pensativo.
Ela não sabia que eu sabia... Mas era um facto que eram os filmes que me levavam a sonhar. A caixinha de surpresas que é a televisão! Foi por isso que deixei de os ver. Se não eram reais, então porque é que provocavam, reacções, emoções reais em mim... Não quis mais. Zanguei-me. Zanguei-me com os meus sonhos. Com os meus profetas a cores e a preto e branco. Isolei-me da fantasia e mais tarde percebi que sem fantasia não anda o mundo. E empedrenida, percebi que tinha de fazer as pazes com a caixinha. E comigo também porque é bom deixar que o sentimento traga a emoção e que esta se enrole com a real veracidade do irreal que vem daquele rectângulo... O sonho, o real, a fantasia e as emoções, tudo embrulhado, um presente de Natal tardio para quem não gosta de surpresas!
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