O meu filho tem quase 7 meses. Mudar-lhe fraldas é como tentar vestir umas calças a um polvo. Umas calças com 8 pernas, entenda-se. Apesar do meu filho ter menos 6 pernas que um polvo, ao movimentar-se parece ter 8. Mesmo a sério. Sendo inverno acrescentem a esta dinâmica de pernas o facto de ser necessário retirar meias ou collants, calças e ainda desapertar o body. Ah, e a fralda, claro. Não esquecer da fralda: voltar a colocar uma fralda nova é todo um exercício que me permite evitar os ginásios e manter um corpo tonificado.
Sendo menino, cedo somos alertados para o facto de que há todo um show de repuxo, como aquela fonte na Praça da Catalunha em Barcelona onde à noite há um espectáculo de luz e cor. E música. Sim, os meninos fazem xixi para cima da sua própria mãe e pai e há uma envolvente de espectáculo nisso: o grito da surpresa do cuidador (qual soprano), a coreografia de apanhar umas compressas para tentar minimizar o dano e sim, mudas de roupa no meio do show (the show must go on!). Pior é quando já ganhamos confiança e eles deixam de o fazer com frequência: quando acontece, acontece em larga escala. É todo um show que mete a Broadway a um canto. E o miúdo merece um Tony pelo seu desempenho: faz aquilo com naturalidade, seriedade e verdadeiro espírito de actuação.
Nem vamos falar do number two... Acho que já chega ouvir a conversa sobre poos entre as mãezinhas. E sim, antes de ser mãe achava que não ia ter essa conversa. Desenganem-se. O poo passa a fazer parte das anotações diárias relevantes para o estado de espírito do miúdo. Poo e não Pooh, o urso. Ele vai para a avó e no final do dia entram na mesma frase palavras como cocó, sopa e sestas. É assim, a maternidade!
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