Não sabia como explicar o que ia fazer. Então lembrei-me. O terapeuta é como um maestro que acompanha uma grande orquestra. Essa orquestra é composta por vários instrumentos que às vezes desafinam e a pessoa, essa orquestra, começa a destoar. A pessoa sente que algo está a soar mal mas a princípio não sabe qual dos instrumentos está desafinado. Existem tantas possibilidades. Alguns instrumentos nem parecem importantes, mas quando começam a destoar dos outros, mostram a sua importância.
Mas o maestro não afina os instrumentos. E também não diz directamente à orquestra qual é o elemento que precisa de mais atenção. Cabe à pessoa, grande orquestra, a percepção daquilo que a compõe. Cabe à pessoa saber que instrumentos existem nela, quais são os que desafinam e quais são os que, tal como recursos, permitem que os desafinados sigam o fio condutor.
Se calhar o maestro só dá aos braços. Ou então apenas mostra a sua presença e aponta discretamente com a sua batuta para alguns instrumentos mais indisciplinados. Mas no fim, caberá sempre à orquestra a auto-regulação, ou seja, a afinação completa para que todo o seu movimento seja de uma fluidez agradável ao ouvido…
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