terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Palavras, escrevo-te eu tantas


Justo quando achava que as palavras eram o caminho, elas sumiram. Esvaziei a cabeça. Olhei lá para dentro e não vi nada. Só vejo imagem, reflexos, temas genéricos. Vejo o cenário mas não escrevo a história. Roda o mundo devagar, ou depressa, e roda a saia da boneca que dança na minha cabeça. E gira, gira, gira... Saia de baile, ela ri, espalha a graça, sinto o riso, não tenho as palavras.

Assim fiquei nos últimos meses. Muitas outras palavras vieram, concretas, académicas, objectivas, acertadas. Ocuparam o espaço da subjectividade. E agora, essas palavras direitas, rectas, certas, estão a ir embora aos poucos. E aos poucos sobra espaço, espaço para a cor. Para o que não é certo mas pode ser, o que é redondo, indirecto... E sorrio. Porque existem palavras que são nossas. Podem adormecer durente um tempo, mas nunca nos abandonam.

Imagem: http://luciointhesky.wordpress.com/tag/rain-dos-beatles/

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