quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Tesselate


Bite chunks out of me
You're a shark and I'm swimming
My heart still thumps as I bleed
And all your friends come sniffing.

Triangles are my favorite shape
Three points where two lines meet.
Toe to toe, back to back, let's go
My love it's very late.
'Til morning comes, let's tessellate.

Go alone my flower
And keep my whole lovely you.
Wild green stones alone my lover
And keep us on my heart.

Three guns and one goes off, one's empty, one's not quick enough
One burn, one red, one grin
Search the graves while the camera spins.
Chunks of you will sink down to seals
Blubber rich in mourning.
They'll nosh you up, yes they'll nosh the love away, but it's fair to say
You will still haunt me.

Triangles are my favorite shape
Three points where two lines meet.
Toe to toe, back to back, let's go
My love it's very late.
'Til morning comes, let's tessellate.

Alt - J
 

 


Imagem: http://boingboing.net/2007/03/28/katinka-matsons-late.html

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Palha em evolução


A evolução é como esta palha. Primeiro há que preparar o terreno para semear. Ver o melhor sítio e lançar as sementes à terra, num ritual de rigor. Não nos podemos esquecer que o processo não termina ali, é preciso cuidar, regar, dar atenção. Antes de ser apanhada, é bom passar por ela, passar as mãos no feno, respirá-lo já sem alergias. Quando estiver no tamanho certo e na altura certa, deve ser cortado pelo tamanho certo. De seguida temos de tratar do que foi colhido e deixar tudo enroladinho nuns lindos fardos. E depois arrumamos tudo no coração, uns em cima dos outros, mas sem se atrapalharem.

O desafio está em encontrar a altura certa para semear, o momento certo de acarinhar e regar. Encontrar a forma mais correcta de afastar as pestes e saber quando é altura de respirar para colher. Como arrumar as evoluções em nós? E enquanto arrumamos uns fardos, não se esqueçam que é preciso semear coisas novas, regar outras e tratar do celeiro...


Imagem: http://www.freestockphotos.biz/stockphoto/10079

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Cavalheirismos

Gosto de actos espontâneos de cavalheirismo. Poderia até parecer uma atitude velha mas acho que nós e os homens não somos iguais, mas tem de haver igualdade! Direitos iguais para todos e atitudes simpáticas e carinhosas para as mulheres (calma, para os homens também!). Mas não interessa isso. O que me interessa dizer é que gosto de actos de cavalheirismo. Gosto que me deixem passar primeiro. Que me abram a porta. Que me ajudem quando estou carregada. Acho um gesto bonito, principalmente porque parte de uma coisa tão simples e poderosa como ver o outro. Vê-lo e, através de uma dança de rituais do “faça favor, passe primeiro”, relevar a sua importância. É bom para ambas as partes e perpetua-se um tango que todos sabem dançar, mais passo menos passo. Pena que nem todos dancem…

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Símbolos


Shrivatsa.

É um símbolo Budista que simboliza um nó infinito, sem fim. É um sinal auspicioso. Como nada é por acaso, este símbolo apareceu-me numa taça Tibetana que adquiri recentemente. A minha primeira taça Tibetana. Quando a comprei explicaram-me o símbolo interior e o mantra que estava no exterior.

Passados dois dias apercebi-me da mensagem quando, pensando nas minhas neuroses, vi que tinha de lutar para dar continuidade na minha vida, aceitando a mudança. De não parar os processos, de não travar com base no medo, expectativa ou desconhecimento. Apenas continuar. Apercebi-me também que era uma fase em que sonhei muito com comboios, estações, plataformas, carris...

E depois lembrei-me do símbolo Shrivatsa. Da continuidade sem fim que ele apresenta. E ri-me. As respostas aparecem sempre de forma misteriosa, mas aparecem.


Imagem: http://www.goodwintools.co.uk/shrivatsa/

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Prazer


Amélie gostava de fazer ricochetes. E do barulho de partir o leite creme com a colher. Pequenos prazeres. Rebentar bolhinhas. Eu gosto de pôr os pés na areia no primeiro dia de praia do ano, faz-me sorrir. Gosto do cheiro a terra molhada das primeiras chuvas. Gosto quando chove no verão e está calor. Gosto muito de beber muita água quando tenho sede e acabar com um "ahhhh"... Gosto muito da textura do salmão crú quando se desfaz na minha boca. Adoro uma boa cerveja quando está um calor imenso. Gosto também de espremer a casca dos tremoços e atirá-los para a minha boca. Gosto das estações quentes para comer a fruta da época. Gosto do quente das castanhas no frio dos outonos. Sejam assadas ou cozidas. Ou cruas. Gosto do Natal e das luzes. Das estrelas e de vê-las nas noites quentes. Gosto do prazer de passar os grãos de areia nas mãos, como se o tempo passasse pelos meus dedos e eu o conseguisse controlar. Gosto de dançar sem rumo, sem sentido, como uma louca. Sim, gosto daquela figura de ridiculo feliz, faz-me sentir vibrante. Não gosto de correr mas gosto do tremelique que fica nas pernas depois de uma caminhada. Gosto do cheiro a verão, digo sempre que cheira a Algarve. Gosto da água do mar que me percorre quando mergulho de cabeça. Gosto de molhar os lábios e sentir o salgado quando saio do mar. Gosto dos pequenos prazeres, fazem-me viva.


Imagem: http://sarahjanespeculates.wordpress.com/2011/10/15/amelie-a-retrospective-review/