segunda-feira, 16 de julho de 2012

Eu, esquizo-frenética, me assumo


Conclui que sou esquizo-frenética, o que não tem nada a ver com esquizofrenia. Antes de mais, ainda bem, até porque a esquizofrenia é uma doença grave, daquelas que ninguém quer ter, acreditem. Vamos por partes. Antes de mais o termo: esquizo ou esquizoide. No dicionário dizem que esquizo é um elemento que exprime divisão, desagregação. Já esquizoide remete para um estado mental de predisposição para a esquizofrenia.
No sítio onde estudo, e daí nasce a criação desta minha “palavra”, esquizoide remete para uma pessoa marcadamente mental. Uma pessoa que passa a vida ausente dos outros, vivendo dentro de si. É uma pessoa tendencialmente criativa, com muitas ideias e que vive nos seus pensamentos.
Como boa mescla que sou, é óbvio que sou um bocado esquizoide. Mas vai mais além. A última prova traduziu-se na tal caracterização de esquizo-frenético. Pois que, ao ler um livro cuja história não me agarre, esta bela-mente voa. E enquanto lê (efectivamente estou a ler, palavra após palavra), a bela-mente pensa no que vai fazer para almoçar amanhã e, ao mesmo tempo, vê imagens de qualquer coisa que viu sabe-se lá onde. E tudo isto sem nunca se desligar do que está à roda dela, observando e ouvindo todos os detalhes. Pensam vocês, essa bela-mente está louca, só pode. Pois está, o problema é que muitos de vocês se calhar reveem-se nesta descrição… Eu já desisti de ler livros que não me consigo envolver… Não por causa de mim, mas por causa da bela-mente.
Os pensamentos são frenéticos e velozes, as imagens também. Tudo é um relâmpago, as viagens são enormes e as ligações que faço fazem-me rir comigo mesma. Nunca vos aconteceu ver uma coisa, imaginem, ver uma formiga. Essa formiga faz-vos pensar na infância, aquele dia em que fizeram um passeio. Nesse dia foram passear com um avô. Pensar em avô, que é feito da minha prima? Ela vivia em Lisboa. Lisboa! Tenho de ver se vou encher o depósito do carro que amanhã tenho de lá ir. Bolas, deixei o carro mal estacionado! Não, espera, isso foi ontem. Hoje está bem, ficou ao lado do carro do vizinho do prédio ao lado, eu sabia o nome dele…
E é isto… mas em alta velocidade…
Sou então esquizo-frenética, e acreditem que estou em recuperação. Pode ser que um dia seja possível fundar um grupo de apoio aos esquizo-frenéticos. Apoio, sim, mas sem cura, que eu gosto de ser assim!
Imagem: http://insustentavelbelezadosseres.blogspot.pt/2010/11/grande-negociata-do-governo-com-os.html

2 comentários:

  1. Eu que descubra que estás a pensar em limpar a carpete da sala quando estamos na coboiada!! :D eheheh

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