quarta-feira, 22 de junho de 2011

Saber ouvir

Ela estava visivelmente irritada, perguntei-lhe o que se passava. Ela disse que não gostava de pessoas que copiavam humores. Fiquei baralhado e perguntei: que copiam humores? Mas o que é isso? Ela retorquiu, "copiam humores! Eu fico irritada e digo que tenho um problema, e a outra pessoa diz logo que tem 10 problemas!" Percebi, para além de copiarem também pioram o cenário, é isso? "Precisamente! Fico irritada, são pessoas egoístas." Concordei com um breve aceno com a cabeça. De facto já me tinha acontecido, aliás, já deve ter acontecido a todos nós, fazemos um pequeno desabafo e a outra pessoa ouve para ela, transformando a mensagem para a visão dela.

Se calhar também já fomos a pessoa do lado de lá, aquela que não ouve. Eu gosto daquela lógica: se temos dois ouvidos e uma boca, será que falamos e ouvimos de forma proporcional? Percebo que gostaria de ouvir mais do que falo, mas às vezes não me apetece ouvir. Às vezes nem apetece falar! Encontrar o equilíbrio é o objectivo...

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Music



"Even when the strings are cut, the Music carries on the plumbings of our hearts"


Thank you Patrick Watson, you're a genius.

NY


"NY i love you, but you're bringing me down..."



Imagem retirada de http://thesecond10k.tumblr.com

terça-feira, 14 de junho de 2011

A aceitação

Há algum tempo falaram-me sobre a aceitação. Longe de onde me encontro hoje, naquela altura aquilo não fazia sentido nenhum. Aceitar como somos, aceitar o que recebemos, aceitar os outros, aceitar... O meu lado de agressiva-masculina-controladora não foi muito à bola com esta conversa: "claro, abro os bracinhos e venha o mundo todo que eu aceito, não? Qualquer dia tenho de dar a outra face, não queriam mais nada? Nem pensar."

As minhas defesas, ou a máscara que ainda por aqui anda (e que saudavelmente me irá acompanhar até ao fim), diziam-me que aceitar era baixar a guarda. Era permitir demasiado e ficar numa posição mais frágil.

Com o passar do tempo percebi que estava errada e abri as portas à aceitação. Comecei por aceitar-me como sou. Afinal de contas, terei de lidar comigo o tempo todo, com carinho, respeito e muita paciência. Assim sendo, à medida que me vou conhecendo melhor, vou me aceitando, respeitando quem sou, quem me tornei e quem quero ser, para mim e depois para os outros.

Passando para fora, comecei a aceitar os elementos externos a mim mas que me influenciam directamente, sejam os bens materiais como a casa, ou a profissão ou a vida económica que levo ou até mesmo aqueles factores externos que acontecem sem prevermos, como por exemplo uma avaria no carro ou num electrodoméstico.

Depois disto, propus-me a aceitar o outro. Tarefa difícil. Acho que é mais fácil começar por aceitar que não conseguimos mudar os outros e só depois, aceitá-los como são. Claro que a mudança em nós promove a mudança em todos os que nos rodeiam, mas isso é algo que não podemos esperar de mão beijada e também não podemos prever as mudanças que ocorrerão no outro. Assim sendo, os outros são como são. Cada indivíduo tem o seu processo no presente e para o futuro. Cada um tem a sua história e, logo, os seus motivos, as suas máscaras e defesas.

Um dia, proponho-me a aceitar o mundo, as suas injustiças e desequilíbrios. Mas aí já devo estar noutra dimensão...

Se eu faço tudo como aqui está descrito? Claro que não, sou humana! Mas estas são as minhas referências e as minhas tentativas. Não sou mestre de ninguém a não ser de mim própria.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

R-e-s-p-e-c-t





"Because of the great differences in our ways of thinking, it is inevitable that we have different religions and faiths. Each has its own beauty. And it is much better that we live together on the basis of mutual respect and mutual admiration." - Dalai Lama




E muitas vezes, quando não são respeitadas as verdades dos outros, nasce a guerra. Seja a guerra em casa, no bairro ou num país.




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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Paz




"Peace is not just the mere absence of violence or disturbance. It's when there is a possibility of conflict, but you deliberately avoid violence and adopt methods to solve the problem through peaceful means. That is real peace." - Dalai Lama

Imagem retirada de http://thesecond10k.tumblr.com

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Falhar

"Eu não falhei, apenas descobri 1000 maneiras que não funcionam" - Thomas Edison

Será que o "falhar" não existe? Falhar é não acertar. Será assim tão mau não acertar? Quando é que é bom falhar? Não prevemos o futuro... então como podemos saber se é bom acertar? O acertar pode se revelar "falhar" no futuro...

Quem, eu?



Imagem retirada de http://thesecond10k.tumblr.com

terça-feira, 7 de junho de 2011

Ganesha



Esta mítica figura do Hinduísmo é um destruidor de obstáculos, resolvendo problemas através de soluções lógicas. Filho de Shiva e Parvati, Ganesha tem uma história muito curiosa. Aliás, existem várias histórias sobre a criação deste Deus Hindu com cabeça de elefante, mas a que ganhou mais força foi a de que foi o seu próprio pai que, ao regressar a casa, não reconhecendo o seu filho, o decapitou. A decapitação, feita com o seu tridente, foi de tal forma violenta que a cabeça de Ganesha foi atirada para muito longe. Quando percebeu que era o seu filho, tentou recuperar a sua cabeça para o salvar mas não conseguiu. Pedindo ajuda, disse que o primeiro animal que surgisse daria a sua cabeça para que ele pudesse recuperar o seu filho. E o primeiro que apareceu foi um elefante.

Todos os detalhes da imagem de ganesha têm significado (fonte: wikipedia):


- A cabeça de elefante indica fidelidade, inteligência e poder discriminatório;
- O facto dele ter apenas uma única presa (a outra estando quebrada) indica a habilidade de Ganesha de superar todas as formas de dualismo;
- As orelhas abertas denotam sabedoria, habilidade de escutar pessoas que procuram ajuda e para reflectir verdades espirituais. Elas simbolizam a importância de escutar para poder assimilar ideias. Orelhas são usadas para ganhar conhecimento. As grandes orelhas indicam que quando Deus é conhecido, todo conhecimento também é;
- A tromba curvada indica as potencialidades intelectuais que se manifestam na faculdade de discriminação entre o real e o irreal;
- Na testa, o Trishula (arma de Shiva, similar a um Tridente) é desenhado, simbolizando o tempo (passado, presente e futuro) e a superioridade de Ganesha sobre ele;
- A barriga de Ganesha contém infinitos universos. Ela simboliza a benevolência da natureza e equanimidade, a habilidade de Ganesha de sugar os sofrimentos do Universo e proteger o mundo;
- A posição de suas pernas (uma descansando no chão e a outra em pé) indica a importância da vivência e participação no mundo material assim como no mundo espiritual, a habilidade de viver no mundo sem ser do mundo.
- Os quatro braços de Ganesha representam os quatro atributos do corpo subtil, que são: mente (Manas), intelecto (Buddhi), ego (Ahamkara), e consciência condicionada (Chitta). O Senhor Ganesha representa a pura consciência - o Atman - que permite que estes quatro atributos funcionem em nós;
- A mão segurando uma machadinha, é um símbolo da restrição de todos os desejos, que trazem dor e sofrimento. Com esta machadinha Ganesha pode repelir e destruir os obstáculos. A machadinha é também para levar o homem para o caminho da verdade e da rectidão;
- A segunda mão segura um chicote, símbolo da força que leva o devoto para a eterna beatitude de Deus. O chicote nos fala que os apegos mundanos e desejos devem ser deixados de lado;
- A terceira mão, que está em direcção ao devoto, está em uma pose de bênçãos, refúgio e protecção (abhaya);
- A quarta mão segura uma flor de lótus (padma), e ela simboliza o mais alto objectivo da evolução humana, a realização do seu verdadeiro eu.

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Vozes de dentro


"If you listen to your soul you will know what is "best" for you, because what is best for you is what is true for you. Know the truth and the truth shall set you free. " - Neale Donald Walsch



O problema é que existe tanto ruído, tanto dentro como fora de nós, que se torna difícil de escutar.

Imagem retirada de http://thesecond10k.tumblr.com

sábado, 4 de junho de 2011

Resultados

Aquilo que sou hoje é resultado de uma tão grande transversalidade de coisas... Parece óbvio sermos tão diferentes uns dos outros. Existem tantas situações que nos trazem até aqui! O ter berrado, o ter sido calada, o poder falar, quando pude falar, quem queria ser, como sonhava com a minha futura profissão, como me via a mim quando me encontrava no espelho... E isto é só comigo. Acrescentem o mundo exterior: a interacção com os outros, os amigos, a descoberta, a repressão dos mais velhos, os ensinamentos dos pais, os tios, os primos, a professora da 2ª classe... Quem sou eu? Eu sou uma soma. Aquilo que eu sou hoje é uma soma de tudo o que já me aconteceu, daquilo que eu sou hoje e aquilo que perspectivo para o meu amanhã. Eu sou o meu ego, sou o meu corpo, sou a minha mente, sou a alma, a essência, o self, chamem como quiserem, tenho tudo. Está aqui tudo, sou tudo isso e aprendi que a diversidade é uma bênção.

É muito confuso? Não, é apenas a vida. E a vida... Bom... A vida é uma arte, é uma raridade que temos entre os dedos e que temos de segurar muito bem. Aproveitem, agarrem nas maracas, abanem a vossa vida.

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quinta-feira, 2 de junho de 2011

Não egoísmos



Numa época de crise económica e crise de valores, lemos notícias que nos deixam admirados. Vários pensionistas querem substituir os jovens que trabalham em Fukushima. Os Japoneses têm, efectivamente, um conceito de colectivo completamente diferente do nosso, do Ocidente. No Ocidente, o sentimento do "cada um por si" tem cada vez mais adeptos. Ainda assim e vendo as pequenas mudança a acontecer à minha volta, tenho esperança que o sentimento egóico diminua de intensidade...!




quarta-feira, 1 de junho de 2011

Aprender, vivendo



"Eu estou sempre a aprender. A lápide no meu jazigo será o diploma." - Eartha Kitt


Mudanças, mas não as dos carros

Enquanto se ajeitava na cadeira, com a ideia de que nunca encontra uma posição confortável, ele parou e começou a prestar mais atenção ao que era dito na sala. Começaram a falar de mudança, essa inevitável realidade de onde o ser humano foge. Ele ria internamente enquanto pensava: "Tudo muda, a natureza ensina isso. Nada é permanente, e ainda assim, nós não conseguímos aceitar a mudança". Desligando a conversa interna, ele focou a sua atenção no discurso e não pode deixar de abanar a cabeça em jeito de compreensão: para realmente mudar é necessário dar passos no desconhecido e quanto mais controladores somos (sabem, quando gostamos de saber todos os passinhos que damos?), menos aptos estaremos para a mudança. O medo do desconhecido agarra os nossos pés. quem é controlador não gosta de saber por onde vai, onde põe os pés!

"O controlo" - pensou ele, - "Se nunca sabemos o amanhã, como é que o conseguimos controlar? O controlo é uma ilusão...". Ainda assim ele não se sentia capaz de largar essa parte da sua máscara. Quem sabe se o controlo o vai acompanhar até ao fim? Até lá é sempre possível ir fazendo algum trabalho... Mas trabalhar para evoluir é como ir num carro, nas mudanças também existe marcha-atrás, por isso convém estar atento na velocidade e na direcção. Existem algumas coisas que têm de ser feitas em velocidade de cruzeiro, vendo bem a paisagem e sentindo a brisa a entrar...