quarta-feira, 1 de junho de 2011

Mudanças, mas não as dos carros

Enquanto se ajeitava na cadeira, com a ideia de que nunca encontra uma posição confortável, ele parou e começou a prestar mais atenção ao que era dito na sala. Começaram a falar de mudança, essa inevitável realidade de onde o ser humano foge. Ele ria internamente enquanto pensava: "Tudo muda, a natureza ensina isso. Nada é permanente, e ainda assim, nós não conseguímos aceitar a mudança". Desligando a conversa interna, ele focou a sua atenção no discurso e não pode deixar de abanar a cabeça em jeito de compreensão: para realmente mudar é necessário dar passos no desconhecido e quanto mais controladores somos (sabem, quando gostamos de saber todos os passinhos que damos?), menos aptos estaremos para a mudança. O medo do desconhecido agarra os nossos pés. quem é controlador não gosta de saber por onde vai, onde põe os pés!

"O controlo" - pensou ele, - "Se nunca sabemos o amanhã, como é que o conseguimos controlar? O controlo é uma ilusão...". Ainda assim ele não se sentia capaz de largar essa parte da sua máscara. Quem sabe se o controlo o vai acompanhar até ao fim? Até lá é sempre possível ir fazendo algum trabalho... Mas trabalhar para evoluir é como ir num carro, nas mudanças também existe marcha-atrás, por isso convém estar atento na velocidade e na direcção. Existem algumas coisas que têm de ser feitas em velocidade de cruzeiro, vendo bem a paisagem e sentindo a brisa a entrar...

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