domingo, 18 de setembro de 2011

A ignorância sobre o que realmente somos

"Talvez este seja o aspecto mais negro e perturbador da civilização moderna: a ignorância e a repressão daquilo que realmente somos" - O Livro Tibetano da Vida e da Morte, Sogyal Rinpoche

Porque temos de ser alguém para a sociedade, ocupar determinado papel na família, no trabalho, na vida económica do nosso país... Vivemos com várias máscaras, vamos sendo quem nos dá jeito ser. E, não sendo fiéis a nós próprios, o resultado só pode ser negativo. Quando finalmente nos propomos a conhecermo-nos, a mergulhar dentro de nós, começamos a despir camadas. E quando achamos que estamos perto da essência, daquilo que realmente somos, surge alguma coisa que nos faz recuar. E vestimos mais uma vez aquele casaco apertado que já não nos serve, mas ainda nos tapa e protege um pouco, ou assim achamos nós.

Mergulhar dentro de nós é difícil. É necessária muita coragem e eu aplaudo o processo daqueles que o fazem e que me rodeiam. Mas também aplaudo os que, com medo, fogem desse primeiro passo. Reconheço o medo que sentem, e, pacientemente, aguardo. Aguardo para que possa aplaudir ainda mais, quando começarem de uma forma mais efectiva no processo de auto-conhecimento.

Digo de forma mais "efectiva" porque começamos muito cedo neste processo de auto-conhecimento, o que acontece é que muitas vezes não é um processo consciente e movido por nós. A diferença reside quando nós, conscientemente, damos passos em direcção a nós próprios.

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