quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Be yourself, ou como ser você mesmo


Nestes percursos que a vida faz (ou que nós fazemos pela vida), muito do que acontece é exterior. São coisas dos outros. E mesmo sendo de outros, por vezes são nossas, pela forma como nos afecta ou reflecte algo que de facto é nosso. É como se fossemos espelhos uns dos outros. E é sempre interessante ter uma reacção a algo externo e observarmo-nos. Perceber o que estamos a sentir e depois talvez deixar entrar a mente com as percepções e raciocínios (que dão jeito, muitas vezes!). Na dança do sentir e posterior pensar, podemos então agir. O que queremos fazer com isso? Queremos realmente aprender com aquilo que o outro trouxe?

A dança não é fácil. Às vezes trocamos os pés e baralhamos a coreografia. E às vezes a coreografia demora. É demorado sentir. Principalmente para aqueles que, como eu, têm de reaprender a fazê-lo. Mas, como diz o outro, enquanto há vida, há esperança, e haverá mais do que neste altura de ano novo? (claro que não, mas um clichet fica sempre bem...).

Ano novo, sentir novo. Bom, a reconexão com os sentimentos não começa no dia 1, vem de antes, de muito antes. Mas como tudo é circular, voltamos ao inicio, ao exterior, aos outros. Num momento de conexão interna, de lamber feridas antigas e de desobstruir a estrada entre o pensar, o sentir e o agir, o papel das pessoas à nossa volta é fundamental, seja alguém muito próximo ou um desconhecido avô que dá uma rosa a uma neta quando a recebe no aeroporto na véspera do Natal. O problema é que nesta desobstrução acontecem muitas coisas. Às vezes não temos instrumentos, nem para tirar a areia à entrada!  E sentimos que ficamos apenas ali a olhar para tanta pedra a tapar o caminho. Noutros momentos usamos umas pás com furos... Trabalhamos mas a areia escapa. E há aqueles momentos em que nos sentimos donos de uma escavadora e abrimos caminho. No entanto, a qualidade da escavadora também importa. Vai tirar as pedras bem? Ou vai provocar um desmoronamento que vai entupir ainda mais o caminho?

Não é fácil, pois não? E sabem, também não vale a pena ficarem arreliados com as pedras, afinal de contas, elas ajudaram-nos a sobreviver em determinada altura....




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