segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Filmes



Deixei de ver filmes de guerra. Não vi mais filmes de combates. Apaguei a luz aos fantasmas e virei costas a monstros e et's. Desacreditei a tv real e também a ficcional. Desliguei o botão às notícias, apaguei as gordas dos jornais. Pintei as revistas cor de rosa com bâton. No quis mais contendas, não vi mais debates. Nem arenas eu vi mais. Desliguei o rectângulo com luz. Escondi o comando, tirei-lhe as pilhas. Tapei o mundo que não é real e fiz o meu script. Imaginei os meus cenários. Gritei "acção", quis começar a viver. Criei novos sons. Graves, mudos, abafados, inaudiveis, visíveis e não perecíveis. Aumentei o volume do que era meu, coloquei-me no papel principal. Antecipei-me, ri, esbocei as caretas do mundo. Fiz o que quis, o filme era meu. Afastei o fado, o mal-agrado, dilacerado, e o resto que era atarantado. Fugi, voltei, corri, amei, sou a diva da vida minha.


Imagem: http://www.artifacting.com/2012/10/rain-room/

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