Às vezes pensamos que estamos estagnados: o trabalho é uma
rotina, a vida familiar sofre sempre dos mesmos males de sempre e a vida social
morreu de tédio há uns anos atrás. O movimento é algo difícil e ficar na nossa
redoma, na nossa rotina diária parece ser a única forma de sobreviver. Por
vezes somos levados a pensar que mais vale manter igual para não abanar muito o
barco, já que nunca afundou de vez.
A questão é que por vezes parece que o barco se vai
aguentando nestas águas paradas, mas na verdade, ao não ir a lado algum, vai
ganhando peso e afundando muito lentamente. Amargurados naquilo que é
expectável na nossa vida, não damos conta de como o barco estagnado no lodo nos
vai arrastando para baixo, apesar de ainda acharmos que vemos o horizonte.
Porque não querer mais da vida? Porque não escolher fazer
diferente, e tentar soltar algumas amarras? Não digo para colocar um motor
potente no barco e arrancar a toda a velocidade. O nosso corpo estagnado podia
nem aguentar. Porque não colocar um pequeno remo e fazer um pequeno movimento
diferente? Podemos passar a sorrir aos nossos colegas e ver a diferença que
isso faz. Telefonar a alguém que não espera o nosso contacto, ou ir dar uma
volta a pé por uma rua ainda não visitada. Coisas pequenas constroem grandes
transições. E porque não referir aquela frase-cliché: grandes viagens começam
com pequenos passos?
E se não apetecer porque não forçar? Forçar um movimento
pequeno não deve ser traumático ou doloroso. Experimente, sinta o que é
possível para si neste momento. Se não é possível ir fazer uma corrida,
consegue ir andar um pouco a pé? Quando criar novos amigos parece um cabo das
tormentas, falar com os velhos é uma possibilidade? Fale consigo, veja o que é
possível fazer por si, hoje!
Imagem: http://optimismoemconstrucao.blogspot.pt/2013/05/para-refletir.html
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