terça-feira, 20 de novembro de 2012

Voando


Continuando neste exercício de tentar escrever todos os dias, paro por uns momentos e olho para as minhas mãos sobre o teclado. Estão a postos. Preparadas para começarem a tentar acompanhar a chuva de palavras que saem da minha cabeça. Ou será que saem doutro lado? Sairão de onde? Às vezes parece que saem de mim, mas da minha totalidade. Bem, às vezes não é chuva miudinha. Às vezes começam a sair as palavras a uma velocidade maior que as mãos, ou melhor que os dedos, não conseguem acompanhar. Troco as palavras, troco as letras! Quando reparo está tudo sublinhado a vermelho, como se isso me envergonhasse. Não envergonha. Quantos mais erros de simpatia, mais está o texto a fluir. Engraçado, não é? Quantos mais erros, mais flui. Mais sai sem dar conta da ordem das letras, da construção das palavras. Há letras a mais, há letras trocadas! Há tanto para corrigir e alterar. Se vissem antes de corrigir...É uma chuva de palavras com sublinhados, como se tivessem um tapete voador por baixo. Voam pelo papel no tapete mágico (que é vermelho, claro está), mas quando eu as deixo aterrar, corrigindo-as, o tapete é guardado. E quem voa sou eu!

Imagem: http://www.facebook.com/#!/AForayIntoPsychology

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