sábado, 21 de abril de 2012

Um mar de distância


Atravesso o Pacífico à tua procura. Apesar do nome do oceano, a serenidade não abunda. O sentimento de ansiedade é tão grande como a própria viagem. Busco-te. Atravesso o oceano, faço milhas náuticas para te ver. Houvesse dinheiro para aviões e eu voava para ti. Quanto mais perto estou, mais longe te sinto. E uma profunda solidão atravessa o meu peito.

As ondas batem no barco como o meu coração bate no peito, quer galgar até à garganta e deixa-me sem voz. Essa, aliás, transformou-se num murmúrio desde que foste embora. Tento gritar no convés, o palco da minha vida e não consigo. Afogo-me nas lágrimas com sabor a maresia e espero para ver terra. Nunca eu queria tanto ter o mar pelas costas.

Afundo-me com a âncora ao chegar ao porto. Procuro a tua cara e não te vejo. Milhares de caras passam por mim e não encontro a tua. O desespero avassalador quase me mata quando vejo que o tempo passa e que tu não estás lá. E agora aqui estou, na tua terra estranha, e não te vendo, percebo que nunca te tive.


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