sexta-feira, 12 de julho de 2013

Honras

Sexta-feira: estou ainda chateada com algo que começou a acontecer na Segunda-feira. Pois é, parece que 5 dias passados não fizeram nada para melhorar a situação. Sem grandes explicações - porque não vale a pena bater no ceguinho - faltaram-me à palavra. Combinei uma coisa, neste caso uma compra, que me saiu gorada porque possivelmente não tinha tanto pedigree como o comboio que me atropelou e efectivou a compra depois da minha pré-reserva. Não me lixa o bem material (já me resolvi por outro lado), lixa-me a falta de palavra.

Bem sei que isto de dar a palavra, ou aquilo que é honrar um compromisso, é algo que está nas ruas da amargura por todo este mapa português, mas ainda assim, consigo ficar mesmo genuinamente chateada porque a palavra já não é o que era. É certo que sou nova e que isto da honra parece do século passado. Não sou do tempo dos duelos nem dos crimes legais por atentado à honra, mas acredito que a nossa palavra num compromisso deve valer a peso de ouro. A honra deveria de ser hiper-hipster-trendy.

Não estou a falar de combinações mesquinhas do ir beber café e não ir ou coisa que o valha. Estou a falar de coisas combinadas entre duas pessoas tendo como base a confiança entre essas mesmas pessoas. Se não conheço bem a pessoa, não sei o preço da sua palavra. Neste caso custou-me saber que alguém que estimava se vendeu com tanta facilidade, permitindo que eu fosse consumida pelo consumismo dos outros. E se eu confio na pessoa, eu acredito na palavra que se estabelece entre os dois. "Combinação". Se a palavra fica muda e caída entre um fim-de-semana, que poderei dizer da confiança pré-estabelecida? Esfumou-se.


Claro que, fazendo um exercício mais terapêutico, devo procurar em mim o motivo de ter ficado deveras arreliada com tudo isto. É fácil: senti-me transparente, muda, espezinhada e não fui tida em consideração. E mais: acredito que a situação se despoletou pelo facto de ser a pessoa que - nesta situação e aparentemente - está no nível mais baixo desta cadeia alimentar. Tudo isto me deixa frustrada e me aperta a garganta.

Mas sim, tudo é um desígnio do universo, energia, como lhe quiserem chamar. E sei que desde que esta situação se instalou que tenho aprendido ainda mais sobre mim e sobre as pessoas à minha volta. Resta agora fazer o rescaldo, que é como quem diz, dar amor a tudo isto.

Imagem: http://www.frasesmais.com/quando-a-honra-de-um-homem-e-inatacavel.aspx

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