segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Peças de nós


Eu cá gosto muito de fazer puzzles. Peça a peça, passar o desenho da tampa de cartão para o chão. Sim, gosto de fazer puzzles no chão. O mundo desaparece pois o que importa é passar o desenho através dos nossos dedos, encaixando peças para que algo faça sentido.

Por vezes é assim o inicio da descoberta interior. Queremos saber quem somos e quando pensamos nisso vemos peças que não parecem encaixar-se entre elas. O problema é que neste puzzle de nós próprios não existe cábula. Comecemos pelos cantos, pela forma. Damos forma ao que somos, de fora, para dentro, no caminho da introspecção. Depois dos cantos vamos aos limites, colocando aquelas peças de fora. Qual é o nosso limite? Como afectamos os outros e aquilo que está à nossa volta? E por fim, como nos afectamos a nós, nos nossos limites e na nossa forma?

Depois, é mergulhar em nós. Mas são tantas peças, temos tantas dimensões! Quem somos? Comecemos pelas peças mais fáceis, aquelas mais marcadas, as partes de nós que conhecemos melhor. Aos poucos e poucos, peça a peça conseguimos ver melhor o desenho, ou como dizem os americanos, the big picture. Mas fazer este puzzle, é a obra de uma vida, e ainda assim, é possível que o puzzle nunca fique completo... Peça a peça...


Imagem: http://alamoheightsunitedmethodistchurch.blogspot.com/2011/06/puzzle-pieces.html

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