segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Hierarquia de dificuldades sociais

Há um "dizer" na minha terra que reza assim: uma mulher atrapalhada é pior que um homem bêbedo. (leia-se bê-ba-do). E é verdade, claramente que uma mulher desorientada, confusa ou embaraçada faz mais estragos do que um homem claramente etilizado (o que dizer de uma mulher atrapalhada e etilizada, ui!). Bom, mas eu descobri algo pior, numa espécie de hierarquia das desabilidades ou das dificuldades sociais. Ora, pior que uma mulher atrapalhada, é um bebé com fome. E então renovamos esta hierarquia da seguinte forma, por ordem decrescente de dificuldades de lidação: bebé com fome -> mulher atrapalhada -> homem bêbedo. Salvam-se os pifos, ébrios, etilizados, copanários, entre outros nomes.

Se é uma hierarquia que organiza os sujeitos conforme a dificuldade de lidarmos com eles, o melhor será então fugir dos bebés com fome ou colocá-los nas mãos de uma mulher atrapalhada e um homem bêbedo. Bom, é melhor não. Se calhar é melhor dar comida ao bebé, destrapalhando a mulher e deixando o homem sem motivos para beber! Sempre soube que a comida resolvia muita coisa...

Um bebé com fome vai expressar a sua ideia até ter a sua necessidade satisfeita. Berra, chora, dá aos pés, aos braços (num claro movimento de guitarra imaginária), cospe a chucha... E por isso, enquanto se prepara a refeição do sofrido, se ouve aquela música que até acelera tartarugas: tan-tan-tan, tan tan tan tan tan tan, tantantantantan... E por aí fora. E enquanto se houve esta música o tratador de bebés não pára de referir que está quase, que está a caminho, que é só mais um segundo... Mas, os bebés, não têm noção de tempo. Satisfação das necessidades básicas é para ontem. E porque não?

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