terça-feira, 19 de agosto de 2014

Amici

With friends, if you annoy them too much, they can just drop you. Within this simple fact lies one of the first principles of friendship – tread carefully. Friends are precious, even irreplaceable, but they are also fragile.

A amizade sempre foi uma coisa esquisita para mim. Por isso li avidamente este artigo. Este texto vem no seguimento de uma estatística que diz que 10% dos britânicos não têm amigos, aliás, não têm um único amigo a quem recorrer. Apesar de ser feita uma ressalva para os casos extremos, sejam eles os mais idosos cujos amigos já faleceram ou pessoas sem aptidões sociais, a realidade é atroz: existe um grande número de pessoas que não sabe ou não consegue manter uma amizade.

De facto parece que o segredo é mesmo esse: manter a amizade. Vamos nos cruzando com pessoas, quer seja num trabalho, num curso de línguas ou na faculdade, mas manter a ligação é muito complicado. E há aqui que distinguir dois tipos de amigos: aqueles com letra grande que, por mais tempo que passe sem contacto, vão falar connosco como se tivessemos estado juntos ainda ontem, são amigos do coração, família que se escolhe; e os outros, que dão trabalho a manter... Dentro destes ainda encontro um sub-grupo: aqueles que são amigos que custam a manter e que, por outro lado, com o andar da carruagem, deixam de ter pontos em comum connosco, e estar com eles nem que seja para um café parece mais um martírio.

Eu também sou suspeita para falar sobre amizades. Confesso que apesar de não ser anti-social nem ser uma pessoa com pobres aptidões sociais, sou um bocadinho para o esquisita e gosto muito de separar as águas pondo algumas pessoas na beira do prato. É difícil conquistarem-me e conquistar a minha confiança. A minha irmã é o oposto, a primeira impressão que têm dela é a de uma pessoa sociável, aberta, espontânea e que dá vontade de ficar ao pé. Eu não: sou mais desconfiada, embora tente ser simpática e fico sempre na posição de observadora.

O artigo refere um tónico salva-vidas de amizades: ausência-de-orgulho. É difícil de encontrar, mas reserva-se a uma determinada prateleira e está entre o frasco da humildade e a lamela de comprimidos de compaixão. O problema é que às vezes estes tónicos dão azia quando não resultam, e depois o excesso de compaixão pode dar overdose quando ingerido em simultâneo e em grandes quantidades. Eu acrescentaria que a sinceridade e a comunicação, tal como numa relação de casal podem fazer maravilhas, mas sem ser demais (tudo o que é demais...)...

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