segunda-feira, 22 de setembro de 2014

De pequenino se torce o destino


Já dizia o grande Sérgio Godinho: "De pequenino, de muito pequenino, se torce o destino". O destino, ou o lugar para onde nos dirigimos é uma incógnita. Há quem diga que já vem fadado e há quem advogue o livre-arbítrio dos próximos passos. Haverá um meio termo? Poderá ser a verdade sobre o futuro, um casamento entre o que está predestinado e o que está nas nossas mãos? Como uma novela ou uma série: há a estrutura, as personagens pré-estabelecidas, e depois, a cada episódio vão se criando novas circunstâncias. E essas novas circunstâncias seriam trazidas por nós ao nosso enredo. Seria um cozinhado de hipóteses e faz-me mais sentido do que um dos lados da barricada.

E agora pensei: será que quem acredita firmemente que estamos predestinados, ou seja, que alguém  terá escrito a nossa vida ao pormenor (ou nós mesmos antes de aterrarmos aqui), tem apenas medo da espontaneidade? De arriscar? Sair da linha recta, traçada mas invisível? Aliás, será esse o nosso grande movimento enquanto vivemos, sair da caixa, evoluir, ultrapassar neuroses? Quanto mais penso nisso mais acho que o estar predestinado é algo neurótico, mas maybe it's just me. Se for exagerado e se a pessoa se deixa levar pelas ondas do destino, então é mesmo algo a roçar o paranóide. Estou a falar de exageros, de achar que não se podem tomar decisões, que o tempo decide por nós e coisas dessas. Acredito piamente nas decisões do tempo, mas em alguns casos e principalmente para evitar tomar más decisões num presente envenenado.

E o resto da canção reza assim:

Primeiro sem saber porquê
e depois com um quê
de quem já sabe de saber mudar
de quem já sabe de saber fazer
uma outra terra no mesmo lugar
um lugar feito para a gente viver
e mesmo que seja longo
mesmo que vá demorar 


Imagem: https://www.pinterest.com/pin/184225440982340812/

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